Em 2012 a produção brasileira de milho (71,1 milhões de
toneladas) cresceu 27,7% e superou a da soja (65,9 milhões de toneladas), que
era líder desde 2002, mas teve queda de 12,0% na produção, por falta de chuvas,
principalmente nas Regiões Sul e Nordeste. Em 2012, pela primeira vez, a segunda
safra do milho foi maior do que a primeira. Ainda assim, a soja continua sendo a
cultura com o maior valor de produção (24,7% do total nacional), seguida pela
cana-de-açúcar (19,8%) e o milho (13,2%). Já a produção de cana teve sua
primeira queda (-1,8%) em 12 anos. Essas são algumas informações da pesquisa
Produção Agrícola Municipal (PAM), que investiga 64 produtos em quase todos os
5 565 municípios brasileiros.
São Desidério (BA) ultrapassou Sorriso (MT) e foi o
município com maior valor de produção em 2012, com alta de 35,2% em relação a
2011. Mas a produção agrícola em Sorriso cresceu 124,6% no ano, e este município
continua sendo o maior produtor nacional de soja e milho.
A PAM 2012 divulga pela primeira vez, por município, a
produção das espécies de café arábica e canephora, separadamente. O maior
produtor nacional de café, Patrocínio (MG), também é líder em produção de café
arábica. Jaguaré (ES), segundo maior produtor de café, é o líder nacional em
canephora.
O valor de produção das 22 espécies de frutas investigadas
pela PAM caiu 6,5% em relação a 2012. Petrolina (PE) é o maior produtor de
frutas do país. Juazeiro (BA), segundo colocado nesse ranking, teve queda de
20,9% no valor da sua produção de frutas. Com a seca no Nordeste, a produção
nacional de castanha de caju caiu 65,1% no ano, e o valor dessa produção recuou
59,9%. A produção nacional da laranja diminuiu 9,1% em relação a 2011, sendo que
no estado de São Paulo ela recuou 12,6%.
Entre as 64 culturas investigadas, 41 tiveram queda na
produção em relação a 2011, entre elas o feijão (-18,6%), o arroz (-14,3%), a
soja (-12,1), a mandioca (-9,1%), o algodão (-2,0%) e a cana (-1,8%). As
principais informações da PAM 2012 podem ser acessadas em http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&idnoticia=2246&busca=1&t=pam-2011-valor-producao-agricola-cresce-27-1-relacao-2010.
Em 2012, segundo a pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM)
foram cultivados 69,2 milhões de hectares (1,0 milhão a mais que 2011), um
reflexo de maiores áreas cultivadas com soja e milho. O valor da produção (R$
204,0 bilhões) subiu 4,3 % no ano. Milho, feijão e algodão deram as maiores
contribuições para este aumento, com altas de 20,7%, 20,7% e 11,8% em seus
valores de produção. Mas a soja continua com a maior participação no valor da
produção agrícola do país (24,7%), seguida da cana (19,8%) e milho (13,2%).
O destaque em 2012 foi o recorde de produção de milho (71,1
milhões de toneladas), ultrapassando a soja, que liderava desde 2002, mas sofreu
uma retração de 12,0% em 2012, devido às secas no Sul e no Nordeste.
São Paulo continua sendo o estado com a maior participação
(17,8%) no valor da produção nacional, com aumento de R$ 1,7 bilhão em seu valor
de produção. Entre os municípios, São Desidério (BA) ultrapassou Sorriso (MT) e
foi o município com maior valor de produção em 2012, com alta de 35,2% em
relação a 2011.
Produção de grãos cresceu 7,4%
O valor de produção dos cereais, leguminosas e oleaginosas
(algodão, amendoim, arroz, aveia, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona,
milho, soja, sorgo, trigo e triticale) alcançou R$ 101,7 bilhões, crescendo
7,4%. Foram produzidas 162,0 milhões de toneladas em 50,4 milhões de hectares. A
soja e o milho representaram 84,5% desta produção.
Em 2012, São Desidério (BA) foi o município com o maior
valor de produção
São Desidério (BA) superou Sorriso (MT) e tornou-se o município
com o maior valor de produção agrícola (R$ 2,3 bilhões) em 2012, com alta de
35,2% no ano. Dali vieram 12,4% da produção brasileira de algodão e 48,9% da
produção baiana. O município é o 11º no ranking nacional da soja, e responsável
por 23,5% da safra baiana.
A produção dos municípios de Mato Grosso continua a crescer,
principalmente o milho. Sorriso, segundo município do ranking em valor da
produção, é o maior produtor de soja e milho, responsável por 9,0% e 12,8% da
produção dessas culturas no MT, respectivamente. O valor da sua produção cresceu
9,1%, devido à produção de milho 124,6% maior.
A soja é o principal produto em nove estados, e a
cana-de-açúcar, em seis. Mais da metade do valor da produção agrícola brasileira
(55,4%) vem de apenas quatro estados: São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e
Paraná. Em alguns estados, a agricultura está concentrada em poucos produtos, o
que pode trazer sérios prejuízos em caso de intempéries ou queda nos preços.
Dois exemplos são Alagoas, onde a cana-de-açúcar responde por 86,0% do valor de
produção, e o Espírito Santo, aonde mais de dois terços (70,4%) do valor da
produção agrícola vêm do café.
Segunda safra do milho supera a primeira
Em 2012, a produção nacional de milho (71,1 milhões de
toneladas) cresceu 27,7%, principalmente no Centro–Oeste. A área colhida cresceu
7,4%. Pela primeira vez, a 2ª safra (38,3 milhões de toneladas) foi maior que a
1ª (32,8 milhões de toneladas).
Com a quebra da safra dos Estados Unidos, maior produtor
mundial, os preços subiram. Aproveitando o cenário favorável, os produtores
brasileiros aumentaram a área plantada em 10,7% e investiram em tecnologia,
fazendo com que a produção tivesse uma alta de 27,7%.
No Paraná, maior produtor (23,3% da safra), a produção cresceu
32,7% no ano. Mato Grosso (15,7 milhões de toneladas) mostrou o maior
crescimento (101,5%) sendo a produção do estado concentrada no milho 2ª safra
(96,4%). A seca fez a produção de milho do Nordeste (3,9 milhões de toneladas)
cair 23,0%.
Os cinco municípios com as maiores produções em 2012, foram:
Sorriso (MT), Jataí (GO), Lucas do Rio Verde (MT), Rio Verde (GO), Maracaju
(MS). Os cinco tiveram grande variação positiva da produção em relação a 2011:
Sorriso (124,6%), Lucas do Rio Verde (81,1%), Rio Verde (60,4%), Maracaju
(57,0%) e Jataí (33,0%).
Área plantada aumentou, mas produção de soja caiu
12%
A soja ocupou 25,1 milhões de hectares, ou 36,3% da área
plantada do país, 1,1 milhão de hectares a mais que em 2011. Mas a produção
(65 848 857 toneladas) caiu 12%, devido à falta de chuvas na Região Sul, no Mato
Grosso do Sul, Bahia e Piauí. O Sul foi o mais afetado, com queda de 37,3% na
produção em relação a 2011. O Rio Grande do Sul teve os maiores prejuízos e
passou para o 4º lugar no ranking nacional da soja, sendo ultrapassado por
Goiás.
Mato Grosso, líder nacional, colheu 33,2% da produção. Lá estão
os municípios com as maiores produções: Sorriso (1 961 880 toneladas, ou 3,0% da
produção nacional); Sapezal (1 130 326 toneladas) e Nova Mutum (1 107 481
toneladas). No ano, a participação do Paraná, segundo no ranking, caiu de 20,6%
para 16,6% da produção nacional de soja.
Produção de cana teve primeira queda (-1,8%) em 12
anos
Devido à estiagem, a produção brasileira de cana-de-açúcar caiu
1,8%, após 12 anos de alta. De São Paulo, maior produtor, saiu 56,3% da produção
nacional. Morro Agudo (SP) continua líder e manteve sua produção em relação a
2011, mas houve quedas em Barretos (-17,6%), Piracicaba (-13,6%), Paraguaçu
Paulista (-19,3%), Jaboticabal (-22,6%) e Guaíra (-7,3%).
Minas Gerais é o segundo maior produtor, com 9,8% da produção
nacional. Uberaba passou do 8º para o 3º lugar. Goiás, o estado que mais cresceu
nos últimos anos, tornou-se o 3º maior produtor. A produção de Quirinópolis
(GO), líder em Goiás, cresceu 16,7%, tornando-o o 8º maior produtor
brasileiro.
Seca reduz a safra do algodão em 2,0%
Em 2012, a produção nacional de algodão (4 969 064 toneladas)
caiu 2,0% frente a 2011. Por causa do clima, as safras na Bahia, Goiás e Minas
Gerais sofreram retrações de 20,5%, 17,2% e 9,9%, respectivamente.
São Desidério (BA) é o líder nacional, com 12,4% da produção.
Com a seca, apesar de um pequeno aumento de área (4,9%), a produção caiu 13,7%.
Mas a falta do produto elevou os preços e o valor da produção municipal cresceu
43,5%.
Safra do arroz caiu 14,3%
A produção do arroz, relativamente estável nos últimos anos,
teve queda significativa (-14,3%) em 2012. O Rio Grande do Sul, maior produtor,
concentrou 66,6% da produção nacional: 7 692 223 toneladas, 14,0% a menos que em
2011. Com 9,5% da produção brasileira de arroz, Santa Catarina é a segunda no
ranking, com Mato Grosso (4,0%), Maranhão (3,8%), Tocantins (3,0%) e Rondônia
(2,1%).
Os 20 principais municípios produtores de arroz do Brasil são
gaúchos. Somados, os cinco primeiros municípios (Uruguaiana, Itaqui, Santa
Vitória do Palmar, Alegrete e São Borja) responderam por 21,2% da produção
nacional.
Produção de café (arábica e canephora) cresceu
12,5%
Em 2012 o Brasil produziu 3 037 534 toneladas ou 50,6 milhões
de sacas de 60 kg, 12,5% a mais que em 2011, considerando as duas espécies. A
área colhida foi de 2 120 080 hectares. O rendimento médio, de 1 433 kg/ha, foi
influenciado pelo ano de safra “cheia” da espécie arábica, que representa 75,0%
da produção brasileira de café.
A PAM divulga, pela primeira vez informações sobre as espécies
de café arábica e canephora, separadamente. Apesar da alta de 12,5% na produção,
houve forte queda nos preços, principalmente do arábica, e o valor da produção
cresceu apenas 3,0%.
Os vinte maiores produtores de café do país são liderados por
Patrocínio (MG), que teve um aumento de 106,1% na produção e onde é cultivado o
arábica. Em Jaguaré (ES), segundo maior produtor, onde é cultivado o canephora,
a produção cresceu 11,9%.
A safra do arábica foi de 2 278 738 toneladas e Minas Gerais
foi responsável por 69,3% dela. Patrocínio (MG) é o maior produtor de arábica do
Brasil (64 789 toneladas), com Serra do Salitre (MG) (38 158 toneladas) a
seguir. Dos 20 municípios maiores produtores de arábica, apenas Brejetuba (ES)
(14º) não é de Minas Gerais.
A safra de canephora foi de 758 796 toneladas. O clima, os
tratos e a irrigação deram bons resultados no Espírito Santo, maior produtor
(77,6% da produção), seguido por Rondônia (11,3%) e Bahia (6,3%). Jaguaré (ES) é
o maior produtor. Dos 20 municípios líderes, só Itamaraju (BA), Prado (BA) e
Cacoal (RO) não são capixabas.
Produção de feijão caiu 18,6%
Em 2012, a produção nacional de feijão (2 794 854 toneladas)
caiu 18,6%, devido à estiagem no Nordeste. A área colhida (2 709 485 hectares)
diminuiu em 26,2%, mas o valor da produção cresceu 20,7%.
O Paraná manteve-se o principal produtor (25,1% do total) mas
com queda de 14,1% no ano. Minas Gerais continua em segundo, com 633 827
toneladas e alta de 8,7% no ano. Goiás veio a seguir, com alta de 7,9%. Os 20
principais municípios produtores de feijão, com 27,1% da produção nacional, são
liderados por Unaí (MG) (112 200 toneladas).
Seca no Nordeste reduziu em 9,1% a produção de
mandioca
A área colhida com a mandioca no Brasil alcançou 1 693 001
hectares, enquanto a produção foi de 23 044 782 toneladas, com redução de 9,1%
sobre 2011. O rendimento médio ficou em 13 612 kg/ha. A produção sofreu forte
revés com a seca no Nordeste. Os maiores produtores (64,1% do total nacional)
são: Pará (20,0%), Paraná (16,8%), Bahia (9,6%), Maranhão (6,6%), São Paulo
(5,9%) e Rio Grande do Sul (5,2%).
As lavouras de mandioca no Paraná e São Paulo, com melhor
tecnologia, tiveram rendimento médio acima de 23,0 toneladas/ha. Essa produção
se destina à indústria. No Nordeste e no Norte, a produção destina-se à mesa e
às “casas de farinha”.
Entre os dez municípios que lideram a produção de mandioca,
seis são do Pará: Santarém, Acará, Ipixuna do Pará e Oriximiná foram
responsáveis por 1 149 900 toneladas de raízes em 2012, seguidos por Bragança
(PA), Belterra (PA), São Francisco do Itabapoana (RJ), Lagarto (SE), Campos
Novos Paulista (SP) e Cianorte (PR).
Fruticultura: produção de castanha de caju caiu
65,1%
A PAM investiga 22 espécies de frutas: abacate, abacaxi,
banana, caqui, castanha de caju, coco-da-baía, figo, goiaba, laranja, limão,
maçã, mamão, manga, maracujá, marmelo, melancia, melão, noz, pera, pêssego,
tangerina e uva. As principais espécies, laranja e banana, têm 21,8% e 20,9% no
valor total da produção, respectivamente.
Em 2012, o valor total da produção frutífera (R$ 21,1 bilhões)
caiu 6,5% em relação a 2011. Com a seca no Nordeste, a produção nacional de
castanha de caju caiu 65,1% no ano, e o seu valor da produção caiu 59,9%.
Maior produtor de frutas do país e responsável por 2,9% do
valor da produção frutícola nacional, Petrolina (PE), teve aumento de 20,1% no
valor da sua produção. Juazeiro (BA), segundo colocado neste ranking, teve queda
de 20,9% no mesmo indicador.
Outros municípios tiveram altas acentuadas no valor da
produção: Floresta do Araguaia (PA) (33,1%), São Miguel Arcanjo (SP) (24,3%),
Vacaria (RS) (21,4%), Caxias do Sul (RS) (28,7%), São Francisco de Itabapoana
(RJ) (57,1%), Baraúna (RN) (109,6%), Bom Jesus (RS) (76,2%), Icapuí (CE)
(51,4%), Santa Maria da Boa Vista (PE) (21,8%), Sete Barras (SP) (22,3%),
Itacoatiara (AM) (23,7%), Eldorado (SP) (37,7%), São Mateus (ES) (64,5%),
Registro (SP) (27,9%), Jacupiranga (SP) (35,7%) e Luiz Alves (SC) (68,3%).
Produção nacional de laranjas recuou 9,1% em
2012
Em 2012, a safra nacional de laranjas (18 012 560 toneladas)
recuou 9,1% em relação a 2011. São Paulo foi responsável por 74,2% da safra, em
sua maior parte destinada à produção de suco, exportado para os EUA e a zona do
Euro. Houve imensas perdas na citricultura paulista, com uma queda de 12,6% na
produção de laranjas do estado, devido à crise na Europa, às sanções impostas
pelos EUA e às pragas. Também pesou a pressão sofrida pelos produtores paulistas
quanto aos arrendamentos de terras para a cana-de-açúcar.
Entre os 20 municípios líderes em produção de laranja, Casa
Branca (SP) ocupa o 1º lugar (693 690 toneladas) e Itápolis (SP), líder em 2011,
caiu para 11º. Na Bahia, 2º maior estado produtor, o município de Rio Real é o
5º maior produtor de laranja do País.
Comunicação Social
25 de outubro de 2013
25 de outubro de 2013
-- AGÊNCIA DO IBGE EM FREDERICO WESTPHALEN
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