A colheita de soja avançou de forma significativa,
beneficiada pelo clima seco, e atinge 80% da área cultivada no Rio Grande do
Sul. O produtor está satisfeito com a produtividade e com os preços praticados,
que continuam em alta. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta
quinta-feira (29/04) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de
Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), 18% das áreas de soja
estão em maturação e 2% das lavouras, em enchimento de grãos.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a colheita da soja chega a 95%. O produto colhido
apresenta baixa umidade e alta incidência de grãos quebrados e verdes, devido à
maturação desuniforme. Com a retirada da cultura, os produtores intensificam a
coleta de amostras de solo e realizam a distribuição de calcário nas áreas onde
o laudo de análise recomenda correção da acidez do solo ou para elevar a
saturação de bases da solução do solo.
No milho
grão, a colheita avançou pouco na semana,
pois muitos produtores ainda priorizam a colheita de soja e arroz, e chega a
82% da área no Estado. O produto segue com boa cotação, o que favorece
produtores que tiveram considerável redução de produtividade em suas lavouras,
causada pela estiagem da primavera e agora por novo estresse hídrico.
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, com 85% da área de
milho colhida, a produtividade média das lavouras está
em 3.114 quilos por hectare. Aumentaram
os relatos sobre lavouras com problemas de enfezamento, em consequência do
ataque de cigarrinhas, sendo observada entre as variedades grande diferença de
comportamento em relação à doença. Na de Passo Fundo, a colheita chegou a 99% das áreas; de maneira
geral, a produtividade final tende a ser bem maior do que a esperada
inicialmente, quando a baixa precipitação indicava restrição ao potencial
produtivo.
No arroz, a safra está
praticamente finalizada, com 95% das áreas colhidas, e apresenta ótimos
resultados. Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, as produtividades obtidas são
consideradas muito boas, com lavouras superando 9 mil quilos por hectare em
Alegrete. O rendimento de grãos inteiros é bom, havendo variação conforme a
época de plantio, cultivar utilizada e o nível de investimento adotado,
especialmente a quantidade de fertilizantes. A maior parte das lavouras colhidas
é utilizada em sistema de integração para engorda de bovinos.
CULTURAS DE INVERNO
Trigo - Cultura em
entressafra. Em várias regiões, a
perspectiva é de aumento da área cultivada e também de melhoria no nível
tecnológico. Na regional da
Emater/RS-Ascar de Ijuí, seguem os preparativos para a implantação da
nova safra de trigo. Produtores dão prioridade à escolha e aquisição de
insumos. Embora estejam com preços elevados, o custo total da produção da
cultura para esta safra é inferior ao apurado na safra 2020, devido à
valorização do produto no preço pago aos produtores.
Canola - Na regional de Santa Rosa, produtores planejam a safra; a
semeadura deverá ser iniciada em maio, mesmo diante das perdas ocorridas no
último ano devido à forte formação de geada no final de agosto. O preço médio pago ao produtor é de R$
166,80/sc. de 60 quilos.
PASTAGENS E CRIAÇÕES
A escassez de chuvas, associada à queda das
temperaturas e ao encurtamento dos dias, tem comprometido o crescimento e o
rebrote das pastagens; por consequência, há diminuição na oferta de alimentos,
além de o déficit hídrico atrasar a implantação das pastagens anuais de
inverno. As chuvas que ocorrem na fronteira Sul e na região Central permitiram
a adubação nitrogenada das pastagens já implantadas. O campo nativo ainda está com oferta de pasto em áreas mais úmidas situadas
nas baixadas, ao contrário do restante das áreas, onde as pastagens nativas já
se encontram em final de ciclo e sem valor nutricional.
BOVINOCULTURA DE
CORTE - Apesar de o cenário de vazio
forrageiro resultar na diminuição da oferta de alimentos, não é considerada
grande a perda de peso dos animais. Os produtores rurais estão manejando os
rebanhos nos potreiros com melhor disponibilidade de pastagens, ou realizam a
venda de animais para ajustar a lotação e evitar uma maior perda do estado
corporal. A fase predominante do rebanho bovino é de gestação das matrizes e de
cria e recria dos terneiros do ano anterior. Com temperaturas mais frias, o
clima tem sido excelente para a gestão das matrizes, pois não ocorreram
situações de estresse térmico.
Em relação ao aspecto sanitário, seguem sendo
aplicados os protocolos de manejo para controle dos carrapatos, com uso mais
intenso de carrapaticidas devido ao aumento expressivo de parasitismo, o que é
esperado para a época. Além disso, os extensionistas rurais da Emater/RS-Ascar
seguem orientando os produtores em relação às obrigações sanitárias, como a
vacinação da brucelose e a declaração do rebanho nas Inspetorias de Defesa
Agropecuária da Seapdr.
BOVINOCULTURA DE LEITE - Em decorrência da
desaceleração do crescimento da forragem, é necessário suplementar a dieta dos
rebanhos leiteiros com silagem de milho e concentrado proteico, para não haver
queda de produtividade. Como consequência, temos a elevação dos custos de
produção e uma redução nas margens de lucro do leite. Mesmo com a diminuição da
oferta de forragens, os rebanhos mantêm condição corporal favorável e a predominância de dias com temperaturas mais
amenas favorece o conforto térmico dos animais, que permaneceram pastejando por
mais tempo, obtendo assim um melhor aproveitamento das pastagens de maneira
geral.
Fonte Emater/RS-Ascar
Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues
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